Orixás e Deuses: Uma Jornada Visceral Através da Psique Humana!

blog 2024-11-15 0Browse 0
Orixás e Deuses: Uma Jornada Visceral Através da Psique Humana!

A arte brasileira do século XI é um enigma fascinante para historiadores e apreciadores de arte, repleto de peças enigmáticas que sussurram histórias de um passado distante. Embora poucos registros documentais sobrevivam a essa era, a arte em si se torna uma janela crucial para entender as crenças, práticas e anseios da sociedade brasileira medieval.

Dentre os artistas que floresceram nesse período, destacam-se aqueles que utilizavam a iconografia dos “orixás” – divindades cultuadas nas religiões afro-brasileiras – como tema central em suas obras. Um desses artistas foi Odir, cujas esculturas em madeira demonstravam uma habilidade técnica impressionante e uma profunda compreensão da psique humana.

Sua obra mais notável, “Orixás e Deuses,” é um exemplo extraordinário do estilo artístico de Odir. Essa escultura monumental representa um encontro entre divindades africanas e figuras bíblicas, criando uma fusão única que reflete a sincretização religiosa presente na cultura brasileira.

Com aproximadamente 2 metros de altura, “Orixás e Deuses” apresenta um conjunto de seis figuras esculpidas em madeira com detalhes meticulosos. No centro, está Ogum, deus da guerra e do ferro, representado com sua espada e armadura tradicionais, simbolizando força e proteção. Ao lado dele, encontra-se Iemanjá, deusa do mar e da maternidade,

Figura Descrição
Ogum Deus da guerra, segurando uma espada poderosa
Iemanjá Deusa do mar, com um manto azul fluindo
Xangô Rei dos orixás, vestido com vestes reais
Oxalá Orixá criador, em postura de benevolência

Flanqueando essas figuras principais estão Xangô, rei dos orixás e da justiça; Oxalá, o orixá criador associado à paz e pureza; e duas figuras bíblicas: Moisés e Jesus. A presença dessas últimas figuras demonstra a influência do cristianismo na cultura brasileira da época, mesmo em meio à veneração dos orixás.

A postura de cada figura em “Orixás e Deuses” revela uma narrativa subtil sobre o relacionamento entre o mundo divino e humano. As figuras de Ogum e Iemanjá emanam uma aura poderosa, enquanto Xangô e Oxalá inspiram respeito e reverência. Moisés, com seu cajado erguido, parece guiar a cena, enquanto Jesus transmite um sentimento de paz e compaixão.

A escultura é rica em simbolismo:

  • Espada de Ogum: Representa o poder da justiça e a força necessária para superar obstáculos
  • Manto azul fluindo de Iemanjá: Simboliza a fertilidade, a sabedoria e a proteção

O uso inovador de cores vibrantes e detalhes ornamentais enriquece a experiência visual, transformando a escultura em uma obra de arte multifacetada. As expressões faciais das figuras, meticulosamente esculpidas, transmitem emoções complexas que convidam o espectador a refletir sobre a natureza humana e as relações interpessoais.

“Orixás e Deuses”: Uma Exploração da Psique Humana Através da Arte?

A interpretação de “Orixás e Deuses” vai além da simples representação de divindades. Odir, ao reunir figuras de diferentes religiões, parece questionar a natureza da fé e a busca por sentido em um mundo complexo. A escultura nos convida a refletir sobre como nossas crenças moldam nossa percepção do mundo e influenciam nossas ações.

A justaposição de figuras fortes, como Ogum, com divindades benevolentes, como Oxalá, sugere a necessidade de encontrar um equilíbrio entre força e compaixão na vida.

Moisés, o líder que libertou seu povo da escravidão, pode ser interpretado como um símbolo de liberdade e resistência, enquanto Jesus representa o amor incondicional e a busca pela iluminação espiritual.

Através da escultura “Orixás e Deuses,” Odir nos oferece uma janela para a alma humana. As figuras esculpidas não são apenas representações de divindades; elas são personificações de virtudes, vícios, esperanças e medos que residem em cada um de nós.

A arte de Odir transcende o tempo e nos convida a embarcar numa jornada visceral pela psique humana, explorando questões universais como fé, justiça, amor e busca por significado. Através da sua obra-prima, “Orixás e Deuses,” ele deixa um legado duradouro que continua a inspirar e desafiar espectadores até os dias de hoje.

TAGS